Dos Dinossauros à Antiguidade



250 milhões de anos antes de nós
250 milhões de anos antes, um apocalipse se desenrola, é o maior pico de atividade vulcânica desde os primórdios da Terra. A atmosfera é sufocada por dióxido de carbono, e a diversidade de vida gerada na Explosão Cambriana é interrompida e morta.
Mais de 70% das espécies no Planeta Terra entram em extinção na pior morte em massa da história.
É a extinção do Permiano.


A extinção é um personagem recorrente na história do Planeta Terra, tendo ocorrido cinco vezes nos últimos 500 milhões de anos, algum cataclismo dizimou as espécies. É uma remodelação do sistema que permite que novas criaturas ocupem o lugar, novas criaturas como os dinossauros.
Os dinossauros reinarão pelos próximos 160 milhões de anos. Durante esse tempo as florestas de madeira de lei aparecem pela primeira vez.
E depois de mais de 4 bilhões de anos, finalmente a gravidade da lua permite ao Planeta Terra ter um dia que dure 24h.
No início da Era dos Dinossauros os continentes estão agrupados em uma única massa de terra chamada Pangea. Mas agora ela começa a se separar, a África se separa da América do sul, o vasto Oceano Atlântico se abre, criando uma das barreiras que definem a história humana, o abismo entre o Velho e o Novo Mundo.
As estrelas indiscutíveis da Era dos Dinossauros são animais como Triceraptors e o Tiranossauro Rex, mas existem algumas criaturas importantes correndo aos seus pés.
Se traçássemos essa nossa linhagem a uma longa distância, nos veríamos como pequenos ratos mamíferos, cercado por esses titãs de vida réptil. Durante esse tempo os mamíferos viveriam na periferia, e estávamos, talvez, roubando ovos de dinossauros, talvez apenas tentando nos sobreviver, e os dinossauros nos impediam.
O maior destaque da história dos dinossauros, que foi de 160 milhões de anos, é que nós perdemos, os mamíferos perderam, nós não podíamos ficar muito maiores do que um gatinho. Por 160 milhões de anos, todos os animais de tamanho médio, médio-grande e tamanho grande, gigante, eram dinossauros. E por esse tempo todo. Eles nos venceram completamente.
Mas a casa está prestes a ser redecorada.
65 milhões de anos antes, um objeto de 9 km de largura, provavelmente um asteroide, bate na Terra. Uma nuvem de poeira bloqueia o sol e as temperaturas despencam. Toda criatura na terra que pesa mais de 22 kg se extingue. O Reino dos dinossauros acabou.
O maior presente que os dinossauros já nos deram foi morrer. Quando eles se extinguiram, deram aos mamíferos a crescer.
Não leva muito tempo após o desaparecimento dos dinossauros para que os primeiros primatas verdadeiros aparecessem. Como suas versões posteriores, inclusive nós, esses mamíferos evoluíram com os olhos na frente, permitindo ter percepção de profundidade e mãos flexíveis com cinco dedos.
Eles têm cinco dedos iguais a nós, o que significa que podemos pegar coisas. Se pensarmos nos outros animais que não têm dedos organizados iguais aos nossos, sua capacidade de segurar as coisas e manipular objetos é muito mais limitada.
50 milhões de anos antes, os nossos ancestrais primatas estão evoluindo num planeta que está esquentando, está tão quente que têm selvas nos pólos.
Enquanto os continentes se separam, as Américas e a África quase totalmente tomam forma.
Mas, no norte da África, o Egito atual está submersos sob um antigo mar. No fundo desse mar vivem pequenas criaturas com conchas chamadas de Numolídeos. Suas conchas, feitas de cálcio e carbono, se acumulam no fundo do mar ao longo de milhões de anos, formando o calcário. Esse calcário será usado para construir as grandes pirâmides. Se você olhar de perto as pirâmides, hoje, você pode ver ainda evidências de que esses monumentos de 4000 anos de idade são, na verdade, feitos de conchas de 50 milhões de anos.

10 milhões de anos antes de nós
Há cerca de 10 milhões de anos antes, a Terra está se transformando num mundo que a maioria de nós reconhece. O Rio Colorado está esculpindo o Grand Canyon, cadeias de montanhas como o Himalaia surgiram. Elas são tão altas que perturbavam o padrão climático, preparando o palco para um planeta mais frio.
O Istmo do Panamá emerge, ligando a América do norte e do sul, cortando a ligação entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico, interrompendo as correntes oceânicas e empurrando o mundo para mais uma Idade do Gelo.
Com o planeta esfriando, os nossos ancestrais primatas ficam presos aos trópicos, mas criatura está chegando e ameaça destruí-los.
7 milhões de anos antes, nossos ancestrais primatas viviam em segurança nas árvores, mas a sua região está prestes a ser invadida, e este recém-chegado terá um efeito mais profundo sobre a história humana do que qualquer ser vivo na história do Planeta Terra.
Parece quase impossível de acreditar, mas uma das coisas mais importantes que levará ao nosso surgimento é o surgimento da grama.
Os campos de grama aparecem quase que simultaneamente em todo o mundo. Temos as savanas africanas, as estepes da Eurásia, as pradarias norte-americanas, temos as pradarias da Argentina e do Brasil, aparecendo simultaneamente por todo o mundo.
Na África Oriental as savanas invadem a floresta tradicional, habitat de nossos ancestrais símios. Com menos árvores e espaços maiores entre elas, os nossos antepassados tem que se adaptar.
Os macacos percebem que tem cada vez mais deles nas árvores e cada vez menos alimentos. Está aumentando o incentivo para os macacos de um ponto de alimentação para o outro separados por pastagens.
Um modo de fazer isso é correr feito maluco, e outro modo de fazer isso era ampliando as fontes de alimentos nas pastagens, buscando os alimentos ali disponíveis.
Então alguns macacos descem da árvore para o seu habitat novo, novo em folha. É um território mais adequado para primatas que podem andar sobre duas pernas, manter a cabeça acima da grama alta para olhar os predadores e ficar sobre dois pés. É um avanço revolucionário, porque libera as nossas mãos, mãos que precisaremos para moldar a história humana.

2,6 milhões de anos antes de nós
2.600.000 anos antes, os primeiros proto-humanos, ou hominídeos, andam numa terra cujas rochas estão carregadas com o elemento silício. Criado no núcleo das estrelas há bilhões de anos antes, o silício é o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre. Uma das peculiaridades da sua composição química, a sua habilidade de se juntar ao oxigênio para formar cristais que se combinam em rocha sólida, rochas que podem ser afiadas e moldadas sem quebrarem.
Os hominídeos começaram a fazer isso há 2,6 milhões de anos, quebrar sílica cripto-cristalina para criar pontas afiadas, e as pessoas usam literalmente isso, há 2.600.000 anos.
Só em ter uma pedra modificada com a ponta afiada, de repente você já tem um martelo, você já tem uma ponta de corte. Uma simples pedra modificada significa que o ser humano, de repente, pode fazer 1.000 coisas mais do que anteriormente. Essa pequena tecnologia extra permitiu que persistissem, e no final, se transformassem em nós.
O silício lança a primeira revolução tecnológica, a Idade da Pedra.
Milhões de anos depois de nós termos utilizando os nossos primeiros dispositivos portáteis, outra peculiaridade química do silício vai torná-la o máximo da tecnologia mais uma vez. Suas propriedades químicas são permitir que os seres humanos construam computadores e celulares.
O próximo salto para aqueles hominídeos se tornarem verdadeiramente humanos, encontra-se num pequeno segredo de nosso planeta. No Universo aconteceu que o Planeta Terra teria um poder raro e especial.
De todos os planetas e luas do Sistema Solar, sabemos que a Terra é a única na capacidade de sustentar o fogo.
Os outros planetas e luas tem raios e lava, mas apenas na Terra nós temos as duas coisas essenciais que precisamos para o fogo queimar, um vasto fornecimento de combustível, na forma de plantas e árvores, e uma atmosfera cheia de oxigênio para alimentar as chamas.
Se o fogo não fosse uma possibilidade, você não teria nada igual à nós existindo por aí.
Os Homo sapiens fizeram o mundo com fogo.
Os nossos antepassados mantém o fogo firme, sob controle, há 800.000 anos.
É uma habilidade que nos conecta ao início. Lembre-se que toda a energia foi criada no Big Bang em que toda a vida está em competição por parte dessa energia. Usar o fogo para cozinhar é como ter um estômago externo para queimar os alimentos, liberando mais calorias, o que nos dá mais energia, o que, por sua vez, nos permite suportar cérebros maiores. O fogo também é uma tecnologia de ponta, em breve vamos utilizá-lo para transformar o barro em cerâmica, o metal em armas e a água em energia a vapor.
Se não pode existir fogo, não pode existir motor de combustão interna, sem fogo não há metal, sem fogo não há borracha, é uma tecnologia que abre um mundo de possibilidades para as criaturas que sabem como usá-las.

200.000 anos antes de nós.
200.000 anos antes, o homem moderno tomou forma totalmente. A caixa da laringe, da voz, que está no alto da garganta de nossos ancestrais desceu. Sons mais complexos agora são possíveis e nós começamos a falar. Pela primeira vez a informação pode ser compartilhada entre indivíduos e pelas gerações. Os seres humanos ganharam uma vantagem importante sobre qualquer criatura da terra. Para você pode dizer: “O meu avô disse que quando os elefantes não aparecem, devemos sair para caçar zebras”. “A minha tia disse que tem um poço do outro lado do rio seco”.
E todos nós nos beneficiamos quando estamos descrevendo o que descobrimos sobre a paisagem.
A linguagem altera a condição dos seres humanos, de computadores solitários, para serem computadores em rede, onde se compartilham informações. Agora você que não depende só de sua experiência pessoal, você pode agora pegar emprestada a experiência de outra pessoa com quem você pode se comunicar. Isso é uma vantagem poderosa, nenhuma outra criatura tem isso.
Como espécie, os seres humanos se tornaram exponencialmente mais inteligentes. O tabuleiro do jogo global foi montado e agora estamos prontos para jogar.
100.000 anos antes, o homem pode se locomover. Temos as mãos ágeis e ferramentas primitivas, podemos nos comunicar e controlar o fogo. Estamos finalmente prontos para expandir de nosso lar africano indo num caminho em formação há milhões de anos.
As mudanças dos continentes ligaram na África a Eurásia, na maior massa de terra contígua da história do Planeta Terra, a Afro-Eurásia, 90 milhões de quilômetros quadrados, mais de duas vezes a superfície de nossa lua inteira. Para os primeiros humanos, isto significa que mais da metade do planeta está alcançável a pé.
A dispersão humana foi uma virada de jogo crucial, nós somos um dos poucos primatas que vivem em mais de um continente ao mesmo tempo. Então isso significa que nós estamos mais protegidos do que os outros primatas, dos tipos de coisas que causaram as extinções dos grandes mamíferos. É um seguro contra a extinção, a dispersão é um seguro contra a extinção.
Mas quando o mundo começa justamente a se abrir ao Homem, o planeta se volta contra nós. A Idade do Gelo começa e agora o planeta vai nos testar como nunca.
Há cerca de 50.000 anos, a geleiras começam a avançar para baixo do Pólo Norte. Ao mesmo tempo os humanos começam a sua conquista ao mundo, chegando na China e na Austrália.
Há cerca de 30.000 anos, o homo sapiens chega à Europa pela primeira vez.
Há cerca de 20.000 anos, com o gelo se aproximando do seu maior extremo, a marcha do homem atinge a tundra gelada do nordeste da Sibéria.
Apesar das provações da Idade do Gelo, o homem resistiu e desenvolveu as últimas habilidades que precisaremos para sermos, de fato, humanos. As pistas se encontram nesses símbolos, desenhos, onde demos um passo intelectual para pensar além do que está aqui e agora, além do que é simplesmente necessário para sobreviver.
Nós podemos começar a dizer que temos um organismo que é humano, que é o mesmo que nós, quando começamos a ver evidências do pensamento simbólico. É quando começamos a ver a foto de uma vaca e todo mundo vai reconhecer como sendo a imagem de uma vaca, porque só quando começamos a ver todas as mudanças, podemos dizer que aquilo é humano, pessoas, criaturas que pensam como nós, que veem o mundo da mesma forma que nós, e a partir desse momento a história humana foi marcada por ser diferente de qualquer outra espécie deste planeta.
Agora, com uma quantidade de água enorme presa no gelo, os níveis do mar caem de 90 a 120 m e a última barreira para a disseminação do homem desaparecem. Nós chegamos da Sibéria a partir do Estreito de Bering para a América do Norte.

Estamos contando a história do mundo em 2h, e em apenas 1h mais de 13 bilhões de anos já se passaram. Esses anos de preparação finalmente permitiram que o homem surgisse e se espalhasse pelo planeta. E a história humana que conhecemos, pode, de fato, começar.

Nossa história do mundo começou o início dos tempos, com o Big Bang, o que nos levou a uma viagem de quase 14 bilhões de anos.
Agora, enquanto os seres humanos recebem o papel principal, é importante lembrar como é pequeno, de fato, o espaço na história que nós ocupamos.
Para simplificar isso, imagine comprimir 14 bilhões de anos de história em somente 14 anos.
Nessa escala, a Terra teria existido somente nos últimos cinco anos, de modo que um terço da história do Universo, as grandes criaturas chamadas dinossauros teriam se desenvolvido nos últimos sete meses, nessa escala os dinossauros teriam se extinguido a apenas três semanas. Toda a história dos seres humanos começaria nos últimos três minutos e a sociedade industrial moderna, a Revolução Industrial, de fato, nos últimos 6 segundos. Isso mostra que nós, os seres humanos, estamos aqui por um breve instante da história registrada do Universo.
A humanidade tem esperado bilhões de anos pelo nosso breve instante de brilhar, conforme as estrelas em nosso planeta em evolução realizaram o momento trabalho de organizar os elementos, de forma que tornaria a história humana possível.

12.000 anos antes de nós
Estamos em 10.000 anos antes de Cristo.
A menos de 100.000 anos depois da expansão da África, o homem chegou à América do sul. Os seres humanos encararam as adversidades da Idade do Gelo, e ao invés de nós morrermos, nós nos adaptamos e nos tornamos mais inteligente ainda, e agora estamos colonizando do todo o globo da costa para a montanha, da tundra ao deserto, os humanos estão lá.
Nossos antepassados mais próximos, os chimpanzés, vivem nos trópicos. Eles só vivem nos trópicos. Os humanos conseguiram colonizar todo o globo.
As pontes de terra da Idade do Gelo permitem aos homens se espalharem por todo o mundo, mas agora o gelo começa a se derreter e o nível do mar sobe novamente. Os seres humanos ficam separados e isolados em dois vastos territórios isolados e desconectados. Cada bolsão da humanidade é deixado para tirar o melhor daquilo que lhe foi dado.
Conforme as geleiras recuam, elas esculpem lagos, rios e baías.
O mapa como nós o conhecemos emerge. Na África o aumento da chuva faz com que o lago Vitória e o lago Albert transbordem e formem o Rio Nilo do Egito. Na Eurásia outros rios emergem. O Eufrates e o Tigre na Mesopotâmia, atual Iraque, o Indos no atual Paquistão e o Amarelo e o Vermelho na China.
Esses vales dos rios tornam-se muito importantes para sequência da história humana, após o recuo das placas de gelo.
Esses são os vales dos rios cujas águas e solos férteis permitirão que as primeiras sementes da civilização sejam plantadas. Com a elevação das temperaturas após a Idade do Gelo,  plantas e  animais são mais abundantes, e o Homem pode finalmente optar por parar de se mover.
Assentamentos permanentes começam, populações crescem. Com mais bocas para alimentar, os nossos antepassados precisaram ficar mais espertos.
Eles tinham que encontrar um modo de aumentar a produção da quantidade de comida que conseguiam das proximidades.
Agora, uma descoberta muda para sempre o planeta e o caminho da comunidade.
Nós aprendemos a plantar sementes, e as sementes que nós plantamos vem das plantas que há milhões de anos  estimularam a nossa evolução do macaco para o homem. É a heroína oculta da história humana, a grama.
A semente da grama é pequena, não é um alimento, dá para caçar bisão ou comer grama. Você caça um bisão. Mas ironicamente as plantações de grama se tornam as plantações mais importantes do mundo, mas justamente elas foram ignoradas por caçadores e coletores durante milhares e milhares de anos. As pessoas não começaram a usá-las, até que fosse necessário.
Entre as espécies de grama que nós estamos mais familiarizados, nós temos a cana-de-açúcar, o trigo, o centeio, a cevada, todas as culturas de cereais são tipos de grama. Então ela não é só aquele belo gramado verde que usamos para medir o nosso sucesso de classe média, ela é também a cultura básica da qual a civilização depende, é a maioria de nossa ingestão de calorias.

Mais uma vez tudo volta para o Big Bang, o fundamental para a história de toda a  vida é a competição pela energia que foi criada no início dos tempos. Assim como o oxigênio nos deu uma vantagem, assim como o fogo nos permitiu consumir mais calorias, a mudança para a agricultura foi uma revolução energética.
Um caçador-coletor precisa de 25 quilômetros quadrados de território para garantir alimento suficiente, a energia total na forma de plantas e carne para sobreviver. O fazendeiro pode utilizar a energia do sol de uma forma tão eficaz, que ele pode satisfazer suas necessidades usando apenas um décimo, ou 2 quilômetros e meio quadrados de terra. E o aquecimento depois da última Idade do Gelo, agricultura começa a se formar em alguns locais do globo.
Mas, pela sorte da geografia, nenhum lugar no mundo antigo tinha uma concentração de plantas e animais que podem ser domesticados e, do que o crescente fértil do Oriente Médio.
No Oriente Médio ocorre essa notável convergência de espécies que foram mais suscetíveis à domesticação, tanto plantas como animais. Em termos de animais estamos falando de bovinos, suínos, bovinos e caprinos. Em termos de plantas duas variedades de trigo, centeio, cevada, lentilhas, figos, tudo nesta parte bem pequena do mundo.
Ao contrário do crescente fértil e do resto da Afro-Eurásia, lugares como África subsaariana e Américas possuem pouquíssimas espécies selvagens que podem ser facilmente domesticados. Essa é uma de uma diferença fundamental. Pessoas abençoadas com a combinação certa de plantas e animais se tornaram mais poderosas e ganharam uma vantagem enorme na estrada para o mundo moderno.
Um animal que dá a qualquer ser humano que se saiba domá-lo uma vantagem imbatível é o cavalo. É um fato conhecido pouco conhecido que apesar dos cavalos terem evoluído pela primeira vez nas Américas, eles se extinguiram por lá em torno de 10.000 a.C.
Havia pelo menos 3 espécies de cavalos antes da Idade do Gelo na América do norte, talvez até mais. Talvez alguns pequenos como o pônei, alguns grandes, e eles evoluíram na América no norte por pelo menos 40 milhões de anos, eles faziam parte da história, e aí eles sumiram. Ele se foram.
Esses poderosos aliados em potencial desapareceram antes que pudessem ser domesticados pelos primeiros norte-americanos.
Felizmente, antes que isso acontecesse, muitos cavalos escaparam pela ponte de terra do estreito de Bering e se espalharam pelas grandes pastagens de estepes da Eurásia central.
Foi uma fuga apertada que teve um efeito profundo sobre a história humana.
Por volta de 4000 AC, os povos nômades da Ásia Central aprenderam a domá-los pela primeira vez. Cavalos domesticados serão usados em toda Eurásia, participando de tudo, desde o trabalho até a guerra.
Talvez nenhum outro animal tenha tido uma influência maior sobre o curso da história humana, e a volta completa dos cavalares levaria outros 5000 anos, quando Cristóvão Colombo traria cavalos em sua segunda viagem para as Américas. Seus cavalos seriam os primeiros a pisar os seus cascos nas Américas desde a Grande Extinção, há mais de 10.000 anos.

6000 anos antes de nós
6000 anos antes, a domesticação das plantas e animais prepara o palco para a próxima fase da história da Terra.
Assim como as nuvens de poeira interestelares recolhem material para formar a estrela, um tipo de atração está se iniciando conforme lugares como a Suméria. Localizada numa parte fértil conhecida como Mesopotâmia, essa região atrai pessoas e suportam grandes populações e se tornam centros de poder e de inovação.
Em 3000 anos a.C., alguns desses assentamentos sumérios puderam ser, de fato, nossas primeiras cidades.
Um deles, Uroque, tem cerca de 50.000 pessoas vivendo em menos de três quilômetros quadrados, uma densidade populacional que se compara a Nova Iorque nos dias de hoje.
Os seres humanos se tornam tão eficientes na obtenção de energia a partir dos alimentos cultivados, que esta área de terra que antes só poderia ser utilizado por um caçador-coletor, agora é usado por milhares.
Mas uma mudança na dieta também desencadeia uma nova dependência.
Depois que você muda para a agricultura, 80% a 90% de suas calorias torna-se dependente de talvez uma ou duas espécies. No caso do Oriente Médio, do trigo e da cevada. E no caso do trigo e da cevada, ambos amadurecem na mesma época. Os seres humanos tem que recolher as sementes ao mesmo tempo, então agora nós tínhamos a nossa comida do ano chegando de uma só vez. É como se seu salário fosse pago uma vez por ano, você precisa guardá-lo, você precisa planejar, porque, inevitavelmente, se a sua plantação falhar, você vai passar fome e não vai ter mais uma chance nos próximos doze meses.
Nessas primeiras cidades as plantações é que mandam.
Para poder controlá-las, os nossos antepassados desenvolveram a primeira escrita, para protegê-las os primeiros exércitos, e para administrá-las, o início da política.
Se você está em centenas ou milhares de pessoas vivendo juntas, tem gente demais para você poder criar um senso comum, isso cria a necessidade de um governo, isso cria necessidade de alguma forma de hierarquia social e política.
Plantar sementes levou o homem a um novo caminho e dos assentamentos se transformaram nas primeiras cidades. Mas para dar o próximo passo, de cidade para a civilização, nós fomos precisar de uma criatura muito surpreendente.

5000 anos antes, depois de peregrinar pela Terra por mais de 100.000 anos, a humanidade começa a se assentar. Nós nos aglomeramos perto de rios, ao longo do Rio Tigre e do Rio Eufrates, do Rio Nilo, do Rio Indos, do Rio Amarelo e do Rio Yang-tsé. As civilizações que estão prestes a decolar, mas antes todas elas devem dominar uma coisa, o comércio.
Quanto mais trocam bens e aprendem com outros lugares, mais rápido elas crescem.
Parece que a existência do comércio e da comunicação a longa distância é um precursor necessário que permite a existência da civilização humana conforme nós conhecemos.
E, surpreendentemente, as primeiras civilizações surgem nas costas de uma criatura cuja reputação é humilde no mundo moderno: O burro.
A caravana de burros é a rodovia interestadual e a Internet de alta velocidade daquela época. Suas rotas irão lançar as bases para o mundo moderno, não só transportando bens como madeira e bronze, mas ideias e histórias. As civilizações que eles irão conectar serão algumas das primeiras cidades descritas na Bíblia. As rotas das caravanas convergem para o Golfo Pérsico, onde se ligam aos navios que transportam mercadorias para a Índia.
Isso essencialmente criou um grande intercâmbio cultural e material entre essas civilizações e foi, de fato, o início da tendência à Globalização.
Essa era a chave para entender como é que o nosso mundo funciona até hoje.

Assim como as primeiras civilizações, nós comercializamos e formamos redes. Essas redes formam centros e, ao longo da história, estar nesse centro significa uma coisa. A quantidade de ideias, a quantidade de carga que passa por uma região, parece ter uma correlação direta com a sua importância e o seu poder.