A Eva Verdadeira
Introdução
Esta
mulher é a mãe da humanidade, é a Eva genética de quem todos descendem. Ela
viveu há 150.000 anos na África Oriental, e todos na Terra são descendentes
dela.
Suas
filhas e netas levariam os seres humanos modernos fora da África para povoar o
resto do mundo, a mais incrível e importante jornada que a humanidade
realizaria.
Rastreamento genético
O
rastreamento genético, pela primeira vez, nos dá o mapa da rota de nossa
jornada. Com ele nós podemos seguir as nossas famílias a partir de Eva,
enquanto elas viajam por um mundo vazio, superam dificuldades e vão por
caminhos diferentes para descobrir novas terras.
O
rastreamento conta, pela primeira vez,
quem somos e de onde viemos, as questões mais profundas que atormentaram a humanidade
desde que levantamos as nossas cabeças e nós olhamos para as estrelas.
Esta
nova ciência é uma descoberta.
Cada um
de nós pode traçar agora a nossa parte nessa história incrível. Retiramos amostras
dessas pessoas de Chicago e nossos testes genéticos vão mostrar a elas como os
seus ancestrais viajaram pelo mundo para chegar ao seu destino.
150.000 anos antes de nós
Há
150.000 anos o mundo estava passando por uma Era Glacial. As calotas de gelo
avançaram e o nível dos mares caiu 120 m. A África do Norte é um vasto deserto
com pequenas ilhas verdes e nessas ilhas estavam pequenos grupos de pessoas.
Esses
são os primeiros humanos modernos, reconhecidamente como nós no físico,
intelecto e habilidades.
Somos as
mesmas pessoas que eles eram, o cego que pela primeira vez começou a lascar
instrumentos de pedra e também nos levou até o espaço.
São
caçadores-coletores vivendo em grupos muito espalhados, percorrendo grandes
distâncias, abrigando-se sítio onde podem e coletando semente e frutas.
A caça
Há 150.000
anos, a caça era fundamental para a sobrevivência e isso explica muito sobre a
forma como a raça humana se desenvolveu. A caça necessita de um pensamento
cuidadoso, de planejamento, de cooperação e requer uma inteligência elevada e
habilidades de comunicação.
A comida
era dividida no acampamento, aproximando ainda mais o grupo.
Nossos
ancestrais viviam uma vida complexa e sofisticada. Era culturalmente diferente
da nossa, mas já com toda a capacidade de abstração de pensamento e
necessidades familiares.
O
rastreamento genético está começando a desvendar mais segredos do que
acreditávamos ser possível.
Em
apenas 7.000 gerações os humanos modernos deixaram a África e penetraram em
todos os cantos do Globo.
E,
através de uma linha genética contínua, nos ligando ao nosso passado, podemos
começar a entender como é que isso aconteceu.
Os
arqueólogos podem nos contar com detalhes surpreendentes como os humanos
modernos viveram, eles criavam ferramentas com cuidado, entendiam as estações e
sabiam quando a caça retornaria.
Eles
estocavam matérias-primas que usavam depois e trocavam com outros grupos a
centenas de quilômetros de distância. Eles entendiam claramente o conceito de
passado e de futuro e enterravam os seus mortos.
Tudo
isso nós sabemos pela arqueologia, das pedras e ossos nos sítios da África
Oriental continuamente ocupada durante milhares de anos. Mas, para entender quem
nós somos, e de onde nós viemos, precisamos olhar para a nossa herança
genética.
Para Eva
genética, a mulher da qual nós todos descendemos, não era a única mulher
vivendo na época e nem a mais fértil, mas seus genes foram os mais bem
sucedidos, e os únicos que sobreviveram.
Todos os
que estão vivos, hoje, podem traçar uma linha ancestral comum até esta única
mulher, através de uma parte especial de nosso DNA, o DNA mitocondrial.
DNA Mitocondrial
DNA, a
planta da vida, é o nosso código molecular e nos se identifica de forma única.
As mitocôndrias são pequenas estruturas encontradas dentro de quase todas as
células humanas e são responsáveis pela respiração celular. São separadas do DNA normal cromossomo que dita a nossa altura ou
a cor de nossos olhos. Os homens o herdam de suas mães, mas não podem passá-los
adiante. Nas mulheres, ele passa de mãe para filha até a última geração, quase
inalterado.
E é
desta forma que podemos traçar o nosso caminho de volta até a nossa Eva
genética e as suas filhas. Então, dentro dele está escrita a história das
mulheres do mundo e, portanto, da raça humana.
A
professora Rebecca Kuhn, foi a cientista pioneira que descobriu a primeira
vista fundamental.
“Comecei a trabalhar com o DNA mitocondrial
humano para poder obter algum tipo de visão objetiva que me ajudasse a entender
e a ajudar outras pessoas a entender como os seres humanos estão relacionados ao
redor do mundo”. (Rebeca)
Com essa
nova ciência, ela pôde. Mutações inofensivas ocorrem o tempo todo em alguma
parte do DNA mitocondrial, deixando pequenos marcadores a cada mudança. Esses
marcadores são como códigos de barra que podem ser lidos na mesma forma.
Rebeca e
seu grupo descobriram que essas mudanças ocorrem com frequência bem constante.
Eles descobriram que os grupos com os primeiros marcadores, eram os africanos
vivendo dentro da África, e imaginaram se eles poderiam ser as pessoas mais
antigas do mundo.
“Eu fiquei muito animada quando comecei a
juntar as provas que os resultados todos iam contra toda a intuição. Eu
coloquei vinte europeus e vinte afro-americanos numa folha de filme de raios-X
e cada afro-americano apresentava diferenças e todos os europeus eram iguais. Achei
que tinha colocado as etiquetas erradas e tinha cometido um erro, e nós
continuamos a repetir e a repetir as coisas. Quando nós pegamos mais amostras de
diferentes áreas, eu me dei conta de que havia uma diferença no padrão, e que
esse novo tipo de prova baseado nas mitocôndrias, iria mudar o modo como encarávamos
os humanos modernos”.
Em 1987
Rebeca e seus colegas publicaram um trabalho mostrando pela primeira vez que os
marcadores se estendiam até a África mostrando claramente que aquele era o
berço da raça humana. Um índio da Nova Guiné, um garção parisiense, um professor
americano, um fazendeiro polinésio... Todos eram parentes improváveis ligados a
uma mulher negra, 150.000 anos atrás.
Suas
descobertas causaram sensação.
“As respostas das pessoas foram incríveis. O
público estava realmente interessado em certos aspectos disso, por causa da
tendência de interpretar mal os dados devido a terminologia utilizada para
descrever essa mulher, ‘A Eva Africana’, e as pessoas achavam que significava a
bíblica, a mulher da Bíblia judaico-cristã, a mulher de Adão”. (Rebeca)
O
trabalho dela está escrevendo a história humana. Através dele nós sabemos agora
que as primeiras mutações ocorreram na África, talvez há 150.000 anos, e pertencem
à nossa Eva genética.
O
professor Christopher Stringer, um eminente paleo-antropologista está
britânico, esteve envolvido na datação dos crânios dos primeiros humanos
modernos.
“Este crânio é o mais próximo que podemos
chegar da aparência do rosto da Eva mitocondrial. É um crânio muito completo,
encontrado em sedimentos de uma caverna, datados mais ou menos de 120.000 anos.
E podemos ver aqui que é um humano moderno. Ele tem um arco bem arredondado no
crânio e um rosto que fica bem embaixo do arco craniano”. (Christopher Stringer)
Essa era
a aparência dela. Usando técnicas de reconstrução dos legistas, músculos e
carne foram adicionados ao crânio e nos fornecem o primeiro olhar de como nossa
mãe genética deveria se parecer, há 150.000 anos.
Isso é o
mais próximo que podemos chegar dela.
Mas se
todos nós somos descendentes dessa Eva mitocondrial, de onde ela veio? E quem
eram os seus ancestrais? Toda uma linhagem de seres humanos começou a emergir
há 13,5 milhões de anos atrás e lentamente
evoluiu até nós, o homem moderno. Mas nós não conseguimos rastrear antes
de Eva geneticamente. Todas as linhas genéticas ancestrais morreram, a nossa
árvore genealógica moderna começa com ela.
Mãe África
A África
é o local de nascimento de todas as espécies humanas que vivem neste planeta.
Esse vasto e isolado laboratório natural moldou humanos durante intermináveis
ciclos de alternância entre deserto e vegetação, e são os registros climáticos
que nos dão a próxima pista.
Os
humanos modernos fizeram muitas tentativas de fazer a longa jornada para a
saída da África, estabelecendo-se em diferentes partes do Velho Mundo, mas eles
não sobreviveram.
Acho que as pessoas saíram da África por razões
bem naturais. Eles saíam para encontrar comida, encontrar recursos, encontrar
terra. Eles não estavam procurando novos continentes. Acabaram fazendo isso,
mas no início era apenas um processo natural de se mudar e seguir, talvez, uma
manada de animais, talvez as alterações climáticas causaram as migrações do
Norte da África para as regiões adjacentes. (Stringer)
A luta
contra o ciclo da seca e da cheia fez com que um grupo de caçadores-coletores
se deslocasse milhares de quilômetros. Esse grupo, seguindo a caça do Norte,
chegou até o Egito e depois a Israel, mas não há traços de seus genes no mundo
moderno.
Registros
climáticos indicam um breve mas devastador congelamento global nessa época que
transformou que todo o Oriente Médio num deserto extremo. Presos no quadrante
norte, perto do Saara, não havia retorno e havia poucos lugares para procurar
refúgio.
Nenhum
deles e nenhum de sua linhagem sobreviveram, eles morreriam numa seca severa há
cerca de 110.000 anos. Seus ossos foram descobertos nas cavernas de Catzé,
perto de Nazaré, na Galileia em 1933. Treze esqueletos frágeis, um deles era
uma mulher com um bebezinho aos seus pés. Quando esses ossos foram descobertos,
eram os mais antigos esqueletos completos do homem moderno até então
encontrados.
Os vários esqueletos que foram encontrados em Israel
no sítio de Catzé, mostram que havia humanos modernos fora da África há mais de
100.000 anos. Eles podem ter saído pelo corredor do Nilo, pelo Sinai, até o
Oriente Médio, mas parece que eles não avançaram muito. De certo modo foi um
beco sem saída.
40.000
anos se passariam antes que eles tentassem de novo.
80.000 anos antes de nós
Há
80.000 anos o mundo estava se esfriando de novo, mais uma vez as calotas de
gelo estavam avançando e secando as terras.
A vida
ficou muito mais difícil.
A África
secou e com ela a água potável.
Registros
dos oceanos mostram os níveis dos mares caindo dramaticamente, enquanto a água
do mundo ficava presa no gelo.
Com a
caça indo para o norte, os nossos caçadores-coletores foram obrigados a se
tornarem pescadores e ocuparem as praias.
A nova Eva e a ocupação das praias
Esta é a
nossa nova Eva, a nossa nova família, descendente direto das filhas da Eva
genética original de 150.000 anos atrás, agora vivendo na costa e sobrevivendo
do mar.
Os
guerreiros voltaram sem comida e tiveram que encarar os mais velhos.
Toda nossa
sobrevivência sempre esteve à mercê do clima e quando os tempos eram bons nós
podíamos nos espalhar, e alcance maior significava mais comida, mas a Era Glacial
congelou o mundo e os desertos se fecharam concentrando os grupos em
territórios menores, amontoados junto à costa.
A dieta
recolhida na praia consistia de peixes, mariscos, ostras e moluscos. Mas o Mar Vermelho
ficou salgado demais e tornou a pescaria e coleta na praia mais difícil.
Até
recentemente havia pouca evidência de que nossos ancestrais haviam ocupado as
áreas costeiras da África Oriental ou explorado os recursos marinhos próximos da
costa.
Este é S.
Bergey, um geólogo. Em 1999 ele fez parte de uma expedição internacional
procurando evidências de ocupação moderna humana na Eritréia. No Golfo de Zula,
no Mar Vermelho, eles fizeram uma descoberta extraordinária de ferramentas de
pedra que estavam incrustadas num antigo recife de coral fossilizado.
O recife
foi datado de 125.000 anos, este é o primeiro bar de ostras registrando do
mundo, 6,5 km de comprimento e 15 m acima do nível do mar atuais.
É a mais
antiga evidência de coleta na praia em qualquer lugar do mundo. Enterrados nele
estão ferramentas humanas junto com as ostras fossilizadas, moluscos, conchas e
mariscos. Ele fornece provas absolutamente claras de que nossos ancestrais
exploravam o mar.
Esta é a unidade onde nós temos uma camada de
ostras interextratificadas e conchas de moluscos na base. Elas são bem
horizontais, e essa era uma plataforma onde o homem moderno costumava andar e
jogar as suas ferramentas de pedra e algumas das conchas que ele comia. Este é
um machado de mão com uma ponta afiada, e algumas conchas que foram tiradas
dessa camada. Eles usavam isso para quebrar as conchas e comê-las. E aí, quando
eles terminavam de fazer isso, eles jogavam os machados e as conchas e iam para
o outro lado. Mas a coisa mais importante não é isso, porque não podemos datá-la.
É o que você encontra ‘in loco’ que torna isso
mais importante. Se você observar isso daqui, é uma ferramenta de obsidiana,
e elas eram usadas para quebrar algumas dessas ostras que vemos aqui. Você não
vê as duas completamente fechadas, porque foram quebradas e a carne foi comida.
E essas foram algumas das ferramentas de pedra muito importantes que foram
descobertas. Aqui é o primeiro lugar onde a coleta da praia de recursos
marinhos foi documentada a nível mundial. (S.
Bergey)
Esses
restos de conchas também são uma pista vital das razões pelas quais os nossos
ancestrais fizeram a longa caminhada para fora da África. Numa dieta constante
de frutos do mar, talvez mais crianças tenham sobrevivido, mas os números
crescentes tornaram a demanda de comida mais desesperada.
Acampamentos
como estes deveriam totalizar apenas algumas centenas. Em cerca época havia
apenas 10.000 humanos modernos vivos em todo o mundo. Éramos uma espécie em
extinção como os grandes símios de hoje.
O êxodo
Quando o
pescador com lança e coletor de praia fracassou em sustentá-los, eles não
tiveram mais escolha. Para poder sobreviver tiveram que atravessar o Mar Vermelho.
As condições de monções estavam molhando os convidativos montes verdejantes do
Iêmen.
Os
cientistas sempre pensaram que os nossos ancestrais migraram da África muitas
vezes, grupo após grupo, e acredita-se que eles foram sempre para o norte,
através do Egito e Israel modernos.
Mas o
DNA nos conta uma história diferente.
O
professor Steve Openheimer é uma das autoridades mais destacadas do mundo em
pesquisa de rastreamento genético do DNA atual.
Combinando
a árvore genética com os padrões climáticos pré-históricos, ele é o primeiro a
propor a ideia de que os nossos ancestrais vieram da África por uma única rota
ao Sul.
Esta praia fica na costa oeste do Mar Vermelho
do lado africano. Do lado do outro lado nós podemos ver as montanhas do Iêmen.
Acredito que foi for aqui que nossos ancestrais cruzaram a primeira etapa de
sua jornada para o resto do mundo. Esses estreitos são conhecidos pelos
pescadores locais como os “Portões da Tristeza” por causa das terríveis
correntes que as cruzam. Mas há 80.000 anos o nível do mar estava 45 m mais
baixo. Como resultado algumas ilhas de recife apareceram, o que permitiu que os
nossos ancestrais cruzassem como se fossem pedras num jardim até o Iêmen. (Openheimer)
O homem
teve que sair da África e a época e a rota foram determinadas pelas mudanças
climáticas.
Levados
pela fome, seu habitat destruído e talvez pelas primeiras inquietudes da
curiosidade humana sobre a terra à frente, o nosso precioso grupo de humanos
modernos se preparava para emigrar.
Duas rotas para fora da África, ao norte pelo Mar
Vermelho, através do Canal de Suez até o Oriente Médio. E aqui pelo sul, pelos “Portões
da Tristeza” até o Iêmen e através da costa sul da Arábia. As duas rotas são
possíveis. Talvez, para atravessar pelo norte, os nossos ancestrais teriam que atravessar
o Deserto do Saara, que na época era mais seco do que hoje. Aqui no sul, tudo o
que eles tinham que fazer era atravessar esse pequeno braço de água, apenas 16
quilômetros, até o Iêmen. Então essa era uma região que eles podiam ir com
confiança. Acho que essa praia é muito importante para a história da
humanidade, porque eu acho que foi daqui que nossos ancestrais cruzaram da
África para o Iêmen, no primeiro passo de sua jornada para o resto do mundo.
Este era o único lugar do mundo onde eles tinham uma saída possível da África. Eu
acredito que a jornada mais importante da raça humana começou a aqui nesta
praia há 80.000 anos. (Openheimer)
Um grupo
pequeno de pessoas no êxodo foi o evento mais importante para a população do
mundo. Isso não foi uma simples travessia dos bancos de areia, foi um esforço
épico para permanecerem vivos.
Iêmen
E
aqueles que sobreviveram à travessia, que não sucumbiram aos perigos dos “Portões
da Tristeza”, vieram para uma terra virgem. Esta é a nova fronteira para o
começo do resto do mundo.
As praias do Iêmen ficavam na borda de um mundo
quase vazio. O nosso grupo era dos primeiros humanos modernos, os primeiros de
seu tipo fora da África sobrevivendo nesse lugar. Este grupo estava sozinho na
fronteira de um mundo inteiro. A vida deve ter melhorado para os integrantes
que atravessaram para o Iêmen. Para começar, a vida no Golfo de Arden devia ser
muito melhor do que o Mar Vermelho. (Openheimer)
Diferente
das praias áridas e salgadas que eles deixaram, o Iêmen era verde e fértil,
cheia de água doce, caça e a sombra dos oásis. Era um ‘porto seguro’ para as
famílias se fixarem.
Era
provavelmente um grupo pequeno, talvez no máximo 250 pessoas. Eles deviam estar
espalhados em unidades familiares de cinco a vinte pessoas, mas trabalhando em
conjunto com os outros grupos da população. Qualquer número menor do que 200
não teria sido viável, eles não teriam sido capazes de aguentar as epidemias e
a fome.
Sabemos
que Eva e as suas filhas estavam entre os sobreviventes, porque delas descendem todas as pessoas que vivem
fora da África. A nova ciência do rastreamento leva à descoberta. Usando uma linha
genética mitocondrial única e contínua, os cientistas construíram uma grande
árvore genealógica apontando os marcadores, fixando-os no tempo e no espaço. Eles
mostram que depois eles saírem da África, os nossos ancestrais se dividiram. Alguns
foram para o norte e oeste e alguns para leste e sul. Quando eles deixaram na
África e o Iêmen cada grupo senguiu o seu rumo e nunca mais se encontraram.
Quando o grupo chegou aqui eles deviam ter uma
seleção de linhagens africanas. Um grupo de 250 pessoas com pelo menos 5 a 6
linhagens. Mas, depois de 1.000 anos, se essa população permanecesse isolada,
no final essas linhas teriam sido cada vez mais reduzidas. O número total da
população teria permanecido o mesmo. É parecido com um vilarejo gaulês ou um
vilarejo das montanhas como um vilarejo da Itália, onde depois de algumas
gerações todo mundo acaba tendo o mesmo sobrenome. Esse processo de redução das
linhagens acontece em todas as comunidades pequenas e isoladas. (Openheimer)
Quanto
menor e mais isolado um grupo é, mais rápido a linhagem do DNA mitocondrial diminuir
para uma. não para uma pessoa ou mesmo para um grupo, mas para uma linhagem do
DNA mitocondrial. Algumas mulheres não têm filhas, algumas filhas não sobrevivem,
então, no fim, sobra apenas uma linhagem. Totalmente isoladas, elas podem
procriar apenas entre elas mesmas.
Uma mapa
genético mostra que levaria mais ou menos 1.000 anos para que a linhagem
mitocondrial fosse reduzida a uma, uma linhagem genética compartilhado por
todas as pessoas não africanas em todos os lugares através da história. Essa é
a única linhagem que convence Steven Openheimer de que ele tem razão sobre nossa
origem africana.
As implicações do êxodo único da África são
enormes. Para começar, existe a observação simples de que australianos, papuasos,
os sul asiáticos, chineses, índios americanos, europeus e indianos, todos vêm
do mesmo pequeno grupo. Isso significa que este pequeno grupo diversificou-se enormemente
nos últimos 80.000 anos em populações totalmente diferentes fisicamente em
diferentes partes do mundo, e que se adaptaram física e culturalmente aos novos
ambientes que encontraram e exploraram. (Openheimer)
Uma vez
fora da África através do Golfo de Arden, as famílias que ficaram em alerta até
que a variação climática permitisse que eles mudassem. seus descendentes seriam
o povo do Oriente Médio se espalhando até a Europa 40.000 anos mais tarde,
fundando cidades vibrantes e modernas que conhecemos hoje.
Outros
continuariam depois do golfo indo para o oriente pelo caminho ao longo dos Oceano
Índico, procurando por lugares quentes e agradáveis para parar. 6.000 anos depois
de terem alcançado as praias do Iêmen, nossos ancestrais iriam para a Malásia.